Este projeto de extensão propõe a realização de círculos de leitura de literatura e de oficinas de escrita com internos de instituições prisionais da cidade. Este trabalho já foi desenvolvido na Penitenciária Feminina de Foz do Iguaçu (o antigo o Cresf), ao longo do ano de 2016-7 e em 2019, e na PEF II (Penitenciária Estadual de Foz do Iguaçu II) em Foz do Iguaçu, desde 2016 até o presente. A leitura é o motor inicial para uma oficina de escrita, a partir da qual já foram elaborados quatro pequenos livros de antologia poética dos participantes na PEF 2. Essa proposta de ação parte de uma perspectiva crítica ao sistema prisional e às políticas de aprisionamento em massa. Surgiu com o objetivo de criar um espaço de amizade e de compartilhamento de leitura e escrita, no qual experiências significativas com a literatura tornem possível a abertura de janelas de liberdade em cada um de nós, ainda que sob condições de confinamento. Nas atividades desenvolvidas existe um espaço disponível para refletir e falar, para estar em contato com outros mundos, com outras paisagens, para trabalhar a memória de si e o autorretrato, para, em suma, viver a língua como experimentação. Neste projeto pensamos a literatura no sentido de liberdade, da potencial ressignificação dos sujeitos diante de uma experiência nova com a linguagem, e como uma maneira de fugir dos padrões do que se entende por “estar na prisão” ou “estar na universidade”. Nos locais em que tem sido desenvolvida, esta experiência tem estimulado a formação de mediadores de leitura no ambiente prisional entre os/as participantes, multiplicando o potencial positivo da ação. Não menos importante, do ponto de vista acadêmico, este projeto viabiliza, por meio da pesquisa-ação, a formação de estudantes/pesquisadores e futuros profissionais da mediação cultural (no âmbito da leitura), engajados e sensíveis à dimensão humana e social do saber produzido na Universidade.