A ação de extensão COTE'COI – Coletivo Teatral existe desde 2015 como um importante agente cultural das artes cênicas da Região da Tríplice Fronteira. No início das atividades, o corpo era convidado a se mover, a descobrir-se enquanto uma membrana viva e sensível, tornando liberta das exigências culturais. O experimentação sobre a fisiologia, investigando as estruturas, os volumes e pesos do corpo, quanto psicologicamente, no que se refere aos bloqueios de determinadas regiões do corpo, o trabalho com a palavra e com ferramentas mediadoras da experiência cênica tornaram-se secundárias. A experiência expressiva acontecia por outros canais e vias sensoriais que se manifestavam da relação entre os corpos no espaço. Tramados entre ar, pele, músculos, ossos, afetividade e ética, cada indivíduo acessava a si próprio, por um lado, e por outro, ultrapassavaa si próprio, acessando a experiência do outro: a personagem, o outro corpo e os dispositivos eletrônicos, buscando estabelecer uma relação de proximidade e usos distintos daquele que a sociedade permite ou pratica. A racionalidade, que por muitas vezes ficava registrada somente pelo cérebro, numa visão que cultivava a dualidade corpo e mente, se organiza integradamente ao movimento, descobrimos que o corpo em redes, possuindo racionalidades múltiplas e pouco desenvolvidas. A escuta deixa de ser ouvir a si próprio enquanto entidade que produz um discurso intencionalmente para comprometer-se com algo que nasce da experiência do jogo físico com esses outros. Há umaespécie de rito a ser compartilhado, e com isso algo de fundamental que foi sendo esquecido e que ser retomado: o reencontro de si, com o outro, atentos as formas que as relações podem informar sobre a sociedade e a cultura. O outro agora não é algo que eu vejo, mas sim algo que sinto, que também me vê e me sente. Habitar e ser habitado. O mapa corporal se amplia e os lugareshabitados, tornando-se tempos e espaçosde compor juntos. Para o ano de 2022, a proposta está em concentrar as ações no trabalho que leva em consideração o corpo, a palavra e a possível mediação tecnológica para experimentar as diferentes formas de presenças do corpo contemporâneo. No entanto, o foco ainda estará sobre o corpo e sobre a experiência perceptiva do corpo no jogo. A palavra e a câmera, por exemplo, são ferramentas para ampliar a experiência da atuação, e não como ordenadores dessa experiência. O desejo é investir numa investigação de cinematização do teatro, tal como foi proposta pelo ator e encenador Russo V. Meierhold, antes de o cinema e o teatro se afastarem enquanto linguagens. A proposta é experimentar a composição por meio do jogo, da escuta ao aqui e agora, tendo em vista que os sentidos surjam do presente, do que irrompe enquanto realidade no corpo e assim operar nas decisões de quem atua no momento em que faz a cena, como presença e realidade no jogo a partir da mistura entre teatro e cinema. Além do exposto acima, este projeto teve como finalidade estimular a produção e recepção teatral na Região. Nesse sentido, daremos continuidade as mostras já iniciadas e suspensas em detrimento da pandemia do coronavírus.
Estudantes, técnicos e docentes
Comunidade em geral
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