Neste projeto pretendemos reunir registros sobre a experiência da pandemia da Covid 19, tendo como foco sujeitos e grupos em situação de vulnerabilidade, tais como: as comunidades de periferias e de ocupações urbanas e rurais, imigrantes e refugiados, entre outros grupos duramente atingidos e historicamente silenciados nas narrativas oficiais. Trata-se de registrar a quarentena a partir do olhar de sujeitos que muitas vezes ficaram impedidos de cumprir o isolamento social, que estão expostos a situações de violência ou dependentes de auxílio. A reunião desses registros busca provocar reflexões sobre os diferentes lugares de vivência da pandemia e sobre as estratégias encontradas para resistir, muitas vezes na forma de atualizações de resistências históricas. O acervo pretende abarcar diferentes linguagens: fotografia, cartaz digital, grafites, cartas, crônicas, vídeos, entre outras. O critério de seleção desses registros é a auto representação, isto é, que sejam produzidos por sujeitos pertencentes aos contextos retratados, trazendo suas percepções sobre o cotidiano, as lutas, o luto, o afeto, a violência, enfim, a resistência em meio à pandemia. A pesquisa e captação dos registros parte de Foz do Iguaçu, Paraná, da Universidade Federal da Integração Latino-Americana, região de Tríplice Fronteira, mas tem como proposta estabelecer pontos de contato com movimentos em outras escalas, estabelecendo redes com universidades, grupos e sujeitos de outros territórios. O acervo do museu ficará disponível para consulta pública em uma plataforma da Internet, promovendo a divulgação, a pesquisa e a possibilidade de interação de diferentes grupos que resistem frente a uma estruturação social desigual e racista cada vez mais aprofundada no sistema capitalista e que no contexto de crise sanitária encontra-se totalmente desvelada.
Docentes, discentes e técnicos da UNILA
Coletivos, associação de bairro, movimentos sociais, povos indígenas da região, pesquisadores
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