A Universidade Federal de Integração Latino-americana (UNILA), no intuito de cumprir sua vocação institucional, qual seja a da integração do território, necessita integrar-se, também, na região de seu local-sede, isto é, Foz do Iguaçu. Para isso, diversas iniciativas têm sido realizadas, por meio de grupos de pesquisa, de extensão e representações diversas nos espaços de interlocução com a cidade.
Nosso grupo de pesquisa-extensão, o Observatório Educador Ambiental Moema Viezzer, tem se dedicado a estabelecer estas conexões e desenvolver ações em parceria. O Coletivo Educador Municipal de Foz do Iguaçu (CEMFI) constitui um dos mais antigos atores parceiros do Observatório, estando a UNILA nele representada a partir de nossa presença.
O Coletivo Educador é composto por entidades diversas do município, dos mais diversos perfis, incluindo universidades, órgãos de governo, ONGs, associações, empresas públicas e privadas, escolas, escoteiros, grupos religiosos, escoteiros, entre muitos outros. O elemento agregador desta diversidade institucional é a Educação Ambiental e seu enraizamento no território.
Ao longo desta última década (2005/2016) o Coletivo Educador Municipal de Foz do Iguaçu desenvolveu diversas atividades, publicações, programas e projetos que o tornaram reconhecido e fortalecido, ao ponto de decidir ser este ano o momento propício para construir a Política Municipal de Educação Ambiental (PMEA) para Foz do Iguaçu, em resposta também a uma demanda da Política Nacional de Educação Ambiental e do Programa Nacional de Educação Ambiental, documentos orientadores da Educação Ambiental (EA) no Brasil e, mais recentemente, pela Política Estadual de Educação Ambiental do Paraná, que se fortalece com a criação da Comissão Interinstitucional de EA do Paraná, a CIEA/PR.
No ano de 2017 foi iniciado um processo de formação dos membros do CEMFI com o objetivo de especificamente empoderar e fortalecer o Coletivo para a construção de tal política. Elaborar a PMEA envolve a elaboração de diagnósticos, a constituição de espaços de participação e construção coletiva. Ficou clara para o Coletivo a importância de um diagnóstico socioambiental participativo, angariando elementos que permitam definir e implantar ações de acordo com as necessidades territoriais, respeitando a percepção ambiental da comunidade, bem como sua identificação de problemas ambientais e conflitos ambientais vividos. Além disso, o diagnóstico deve também valorizar a eventual promoção de boas práticas socioambientais desenvolvidas pelos integrantes do território.
A decisão de elaborar e propor uma política de EA para o município acarretou, portanto, a necessidade de efetuar pesquisa específica para melhor compreender a realidade objeto da futura política municipal de Educação Ambiental. Normalmente, a coordenação das ações do Coletivo é colegiada, sendo, porém, organizadas comissões e grupos de trabalho de acordo com os perfis de instituições componentes. Desta forma, a UNILA tornou-se o agente óbvio para liderar o desenvolvimento desta pesquisa.
Além deste motivo, nossa participação no Coletivo se dá por meio do Observatório Educador Ambiental, o qual tem se proposto a realizar o monitoramento ambiental, a princípio do município, e posteriormente da região. O Observatório tem como finalidade contribuir para a geração de políticas públicas ambientais e para a melhoria da qualidade ambiental do município, atuando para isso com a produção de informações que subsidiem ditas políticas (pesquisa) e, também, com a mobilização e esclarecimento dos cidadãos e órgãos públicos quanto a medidas e soluções para melhorar a qualidade ambiental, incluídos processos de fiscalização e educação. Com vistas a viabilizar este trabalho, o Observatório deu início à elaboração de um “sistema-aplicativo” que possibilitasse o monitoramento coletivo e participativo dos problemas e conflitos ambientais, bem como das boas práticas, a fim de que sejam difundidas. No entanto, um monitoramento, por ser constituído de análises da evolução da situação no tempo, somente se viabiliza a partir de um diagnóstico inicial, um ponto de referência a partir do qual seriam efetuadas as comparações e, portanto, a determinação de maior qualificação ou degradação da situação ambiental do município. Tal diagnóstico inicial constitui espécie de marco zero e precisa incluir os diferentes aspectos socioambientais de Foz do Iguaçu.
O Observatório tem colaborado com a construção de políticas ambientais, como a política municipal de gestão integrada dos resíduos sólidos, o plano municipal de mata atlântica, a política trinacional de adaptação às mudanças climáticas, e, agora, a política municipal de educação ambiental. Essas colaborações tem se dado por meio da atividade extensionista. Contudo, para cada política citada são necessários dados, ainda inexistentes, demandando, portanto, a realização de pesquisas.
A boa concretização das políticas ambientais depende de sua adequada contextualização e do entendimento das necessidades sociais. Assim sendo, decidimos por iniciar as pesquisas do marco zero pela percepção ambiental.
Discente Unila
comunidade acadêmica
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